Capacitâncias | Por: CT2HPM |
Chama-se condensador a todo o sistema formado por dois condutores(armaduras) separadas por um isolante de pequena espessura (dieléctrico). A capacidade de um condensador é a razão entre a quantidade de electricidade Q e a diferença de potencial nos seus terminais.
C = Q / U |
Q - coulombs (C) |
|
U - volts (V) | ||
C - farad (F) |
A unidade de capacidade é o farad (F). Esta unidade é um valor muito grande, pelo que na prática são utilizados os submúltiplos para expressar as capacidades mais correntes.
m F |
nF |
pF |
10-6 |
10-9 |
10-12 |
Num condensador, se modificarmos a natureza do dieléctrico, sairá modificada a força de atracção existente entre as armaduras. A influência dessas forças relacionadas com o dieléctrico pode ser caracterizada por uma constante designada por permitividade (e) ou constante dieléctrica do meio - a sua unidade no S.I. é o F/m (farad por metro).
A permitividade absoluta (e) = permitividade relativa (e r) x permitividade do vazio (e 0)
e = e r . e 0 |
Perdas no dieléctrico
Estas são devido ao facto de os isolantes, utilizados em electrónica,
não serem perfeitos e apresentam uma certa condutibilidade. Esta é devida a
um deslocamento dos electrões das camadas periféricas dos átomos. Esta
condutividade aumenta na presença de impurezas, particularmente da humidade
se o dieléctrico é poroso. Por outro lado, ao submetermos o condensador a um
campo eléctrico variável, as moléculas vão chocar entre si, o que traduz
numa perda de energia. O conjunto destes fenómenos traduz-se por uma energia
que é transformada em calor no diélectrico - perdas dielectricas.
Estas perdas dependem evidentemente da natureza do dieléctrico. São
proporcionais à frequência e ao quadrado do campo eléctrico por dado volume.
Condensador para corrente contínua | Concebido para funcionar sob tensão contínua. |
Condensador polarizado | Concebido para ser utilizado sob tensão unidireccional, ligado de acordo com a polaridade indicada. |
Condensador não polarizado | Previsto para suportar inversão de polaridade da tensão contínua aplicada. |
Condensador para corrente alternada | Concebido essencialmente para funcionar sob tensões alternadas. |
Figura 1 Circuito equivalente de um condensador real.
Utilizando ainda um tratamento
vectorial teremos:
Desfasamento entre a tensão e a corrente de um condensador.
Resistência de isolamento Ri
É a resistência do condensador medida aos terminais
submetidos a uma determinada tensão.
Para valores superiores a 0.1mF, t,
é a constante de tempo de descarga do condensador sobre a sua
resistência de fugas.
Coeficiente de
temperatura da capacidade
Aplicável a condensadores cujas leis de variação da capacidade com a
temperatura são lineares ou aproximadamente lineares.
É a razão entre a variação relativa de capacidade medida nos extremos e
a variação de temperatura que a origina.
A reatância capacitiva
(oposição à passagem da corrente alternada) depende de vários factores; um deles a capacitância do condensador pois, como podemos provar com a experiência da figura 2, se aumentamos a capacitancia do condensador ligado em serie, observamos que a lâmpada se acende com mais brilho indicando que a oposição diminui. Portanto, a reatância capacitiva de um condensador diminui quando aumentamos a sua capacitância.Figura 2 Aumentando a capacitância, a reatância capacitiva diminui.
Recordando os efeitos de indutância sobre a C.A., notamos que o efeito do aumento da capacitância sobre a C.A. é contrário ao efeito do aumento de indutância sobre a C.A.; pois se aumentarmos a indutância de um circuito, a reatância indutiva também aumentará, enquanto que se aumentarmos a capacitância de um circuito, a reatância capacitiva diminuirá..
Concluímos, então, que os efeitos da capacitância sobre a C.A. são contrários aos efeitos da indutância sobre C.A.
Praticamente, os dois factores que determinam a reatância capacitiva de um condensador são: a capacitancia do condensador e a frequência da C.A.
Efeito da frequência num circuito capacitivo
Com um gerador de C.A. de tensão constante, mas de frequência variável, variando a velocidade de rotação da armadura é possível realizar a experiência ilustrada na figura 18, onde vemos um condensador ligado em série com um amperímetro e um gerador de C.A. Ao fazer a experiência, se observa que, ao aumentar a frequência da C.A. de 60 para 120 Hertz, o amperímetro indica um aumento considerável de corrente (figura 3, à direita). Isto em termos técnicos significa que a reatância capacitiva de um condensador diminui à medida que se aumenta a frequência de C.A.
Figura 3 Aumentando a frequência da C.A., a reatância capacitiva diminui Comparando os efeitos da capacitância com os efeitos da indutância em relação ao aumento da frequência , concluímos que são opostos.
Tenha presente, portanto, que os efeitos da capacitância sobre a C.A. são opostos aos efeitos de indutância sobre a C.A.
A oposição que o condensador apresenta à passagem da C.A. é também expressa em
OHMS, da mesma forma que a resistência de um circuito e a reatância indutiva.A reatância
capacitiva é calculada pela fórmula:Xc = 1/(6.28 x f x C)
XC
= reatância capacitiva em ohms6,28
= constante igual a 2 p (2 pi)f
= frequência em HertzC
= capacitância do condensador em farads.EXEMPLO:
Desejamos saber qual é a reatância que um condensador de 10 m F apresenta à passagem de uma C.A. de 60 Hertz. Para resolver este problema, transformamos os 10 m F em FARAD e substituímos os valores conhecidos da fórmula:XC = ?
f
= 60 HertzC
= 10 m F (0,000010 FARAD)XC = 1 / (6,28 x 60 x 0,000010) = 1 / ( 376,80 x 0,000010)
XC =
1/ (0,00376800) = 265,392RESPOSTA:
XC é igual a 265 ohmsIsto nos indica que a reatância capacitiva que um condensador de 10 m F apresenta à passagem de uma C.A. de 60 Hertz é de 265 ohms, isto é, ligar um condensador de 10 m F em série com uma C.A. de 60 Hertz equivale a intercalar uma resistência de 265 ohms no circuito.
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Página "Capacitâncias" actualizada em: 10-06-2008 | ||
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