Explosões solares | Por CT2IRJ |
Explosões solares continuam e devem atingir a Terra hoje à tarde - (15/12/2006)
A violenta explosão solar ocorrida na madrugada de ontem, próximo da região da mancha 930, produziu uma intensa e rápida ejecção de massa coronal que deve atingir as altas camadas da atmosfera terrestre já na tarde de hoje.
Os primeiros sinais da intensa explosão deverão ser percebidos a partir das 11h00 UTC. Entre eles estão as severas tempestades geo-magnéticas e prováveis blackouts em comunicações via satélite e ondas curtas, além de distúrbios em equipamentos de localização.
A intensidade da explosão, também chamada de flare solar, atingiu a categoria R3 (forte), e ocorreu na quarta-feira (13) às 00h40. No passado dia 5 de Dezembro, outra explosão, também de nível R3, causou anomalias em diversos sistemas de satélite, principalmente nos dispositivos de orientação.
Durante as últimas 24 horas foram detectadas novas explosões, também provenientes da região da mancha 930, e deverão atingir as altas camadas da atmosfera dentro das próximas 48 horas.
A mancha solar 930, responsável pela violenta actividade solar registada, esteve inactiva nos últimos 5 dias. Devido à rotação do Sol, a mancha está agora directamente voltada para a Terra e qualquer explosão nesta área terá grande impacto na nossa atmosfera.
De acordo com dados recebidos esta manhã, existem 60% de probabilidade de ocorrência de tempestades solares moderadas de Classe M e 35% de tempestades intensas de Classe X.
As auroras, directamente ligadas às tempestades solares, também deverão fazer a sua aparição nas latitudes elevadas.
Existem riscos?
As tempestades solares são normais, mas as de alta intensidade são mais raras.
Blackouts de radiocomunicação não significa que não será mais possível ouvir rádio, TV, etc.
Algumas frequências, principalmente aquelas usadas nas comunicações a longa distância, são muito sensíveis às partículas solares. Experimente sintonizar um receptor de ondas curtas nas frequências ao redor de 29 MHz após as 16 horas. O ruído será muito grande, tornado impossível captar as estações mais distantes. O fenómeno será percebido em todo o mundo, mas dependendo da região do globo receber mais as emissões solares, maiores serão os efeitos percebidos. Anualmente as explosões solares são responsáveis por aproximadamente 1 bilião de dólares em prejuízos e quem mais sofre com essas perdas são as concessionárias de energia eléctrica e equipamentos de satélite, que por estarem em órbita, não recebem a protecção das camadas mais altas da atmosfera, que bloqueiam as partículas solares, principalmente os raios-X. Para o cidadão comum os efeitos não serão notados, a não ser para aqueles que trabalhem com equipamentos de radiocomunicação a longa distância, sistemas de radiolocalização ou actuem no ramo de geração e distribuição de energia eléctrica.
Fotos: As imagens captadas pelo satélite de observação solar SOHO mostram a intensa actividade solar registada nos últimos dias. Na imagem em verde, vemos o exacto momento em que ocorreu a explosão do dia 13. Na animação em vermelho, captada no dia 14 pelo instrumento Lasco C2, mostra que as explosões continuam. As imagens LASCO (Large Angle Spectrometric Coronagraph) permitem analisar em tempo real a coroa solar, bloqueando o brilho do astro com um anteparo e criando um eclipse artificial dentro do telescópio a bordo do satélite. A posição do disco solar é indicada na imagem pelo pequeno círculo branco.É provável que se façam sentir até ao dia 19 do corrente, os efeitos desta explosão, que podem condicionar as condições de propagação, nomeadamente entre 18 e 30 MHz.
As fontes deste artigo são:
Salomão Fresco, CT2IRJ sal.fresco@gmail.com
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Página "Explosões solares" em: 16-12-2006 | ||
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