Sinais PSK Por: CT2IRJ


Surge agora na comunidade Radioamadoristica a nível mundial um novo método de classificação e reporte de sinais, que foi pensado tendo em conta a proliferação dos modos digitais, especialmente para aqueles que usam o método PSK (Phase Shift Keying, Modulação por Mudança de Fase).
Toda a informação contida neste documento, é uma tradução (mais ou menos fiel) e reflecte, na medida do possivel, as informações do site original em:

http://www.rsq-info.net

Este documento apresenta o novo e melhorado método RSQ1, de reportar os sinal nos modos PSK e em particular de PSK31

O RSQ já recebeu a recomendação da IARU Region 1!  mais informações aqui

1. RSQ foi desenvolvido a partir do original (Print, Strength, Bandwidth)

Porquê mudar?

A tradicional reportagem de sinais RST foi desenvolvida para as comunicações em CW e descrevia a qualidade do código recebido pelo ouvido em termos da sua Readability (percepção), Strength (Sinal), e Tone (Tom).
Hoje em dia usando tecnologia mais sofisticada nós escrevemos e lemos texto PSK nos écrans dos nossos computadores, mas achamos que ao método RST falta uma clara medida para assinalar a quantidade de texto descodificado sem erros, e as unidades S são incapazes de diferenciar o sinal do QSO em curso no meio dos numerosos sinais na banda. Além do mais, a designação Tone não “encaixa” nos modos PSK e operadores com má qualidade de transmissão recebem geralmente reportes de T9, embora os seus sinais transmitidos sejam vistos e ouvidos com distorção, ocupando largura de banda excessiva e causando QRM. Esta situação confusa leva a que o corrente método RST seja susceptível de causar más interpretações nos modos PSK, e resulta que alguns operadores dêem relatórios errados, muitas vezes classificando um fraco e mal modulado sinal com 599, pedindo em seguida que repita o nome e o QTH etc.

A proposta "RSQ" para reporte de sinais

O reporte RSQ (Readability, Strength, Quality) é uma proposta para as comunicações em modos PSK permitindo que haja uma mais significativa troca de relatórios.

Readability (Leitura) é uma estimativa da quantidade de texto descodificada sem erros

Strength (Sinal) é dada pela visualização do traço no waterfall (visualização panorâmica)e a sua
amplitude relativamente ao ruído de fundo

Quality (qualidade) descreve o traço do sinal em termos de presença de excesso de modulação observado no waterfall ou da presença de bandas laterais indesejadas.

Os “S meters” assinalam a média de todos os sinais que estão presentes na largura de banda do receptor. Então para situações onde múltiplos sinais estão presentes, e não havendo filtragem na FI, uma medição visual dos sinais relativamente à amplitude é mais significativa do que uma indicação do “S meter”. Inclusivamente sugere-se que se desactive o AGC do receptor de modo a ter uma melhor percepção da gama dinâmica dos sinais a visualizar.

Tal como o RST descreve o Tom de um sinal CW em termos da presença de modulações indesejáveis mas audíveis, tais como: alterna, estalidos, pios, etc., também o RSQ descreve a Qualidade do sinal PSK em termos da presença de modulação indesejada mas observada sob a forma de bandas laterais adicionais. Quando olhamos para o traço de sinais muito fortes, poderemos observar bandas laterais bem suprimidas acima do nível de ruído. Neste caso uma leitura do IMD (Inter-Modulation Distortion) pode ajudar na determinação. Se a leitura de IMD estiver em –25db ou melhor, então quaisquer bandas laterais adicionais podem ser assumidas como abaixo dos valores limite para serem consideradas interferência e podem ser ignoradas dando um relatório de Q9. Se a leitura do IMD for de –20db ou pior, então as bandas laterais adicionais são consideradas modulação indesejável, podem causar interferências a outras estações e como tal uma classificação apropriada pode ser dada em função da tabela Qualidade.
Sugere-se que as leituras do IMD sejam dadas apenas a pedido da outra estação e então o resultado ser dado como um relatório adicional. Isto porque a leitura do IMD só é válida para sinais fortes e não modulados (idle) e após ajustes no receptor. No entanto a medição do IMD no emissor pode ser feita e é uma excelente forma de verificar se o mesmo está optimizado. Clique aqui para saber mais acerca da medição do IMD.

Os três elementos do relatório RSQ continuam a satisfazer os requerimentos do mais tradicional RST relativamente aos livros de registo (log) tanto manuais como informáticos, ao software PSK e aos cartões de QSL. Por uma questão de simplicidade nem todos os designadores numéricos são utilizados para reportar Strength e Quality; no entanto não há nenhuma razão para que os operadores não os usem todos embora não se proponham designações adicionais. Quando se recebe um reporte não favorável, será sempre possível encetar uma conversação acerca das bandas laterais não desejadas.
Verifique lista de verificações para a configuração do sistema que ajuda a evitar o aparecimento de faixas laterais.
Clique aqui para ver e ouvir um sinal BPSK31 limpo e outros que contêm bandas laterais.
 

Tabela de reporte RSQ

READABILITY

R5 95%+ Leitura perfeita
R4 80% Praticamente sem dificuldades, alguns caracteres errados
R3 40% Consideravelmente difícil, muitos caracteres errados
R2 20% Algumas palavras perceptíveis
R1 0% Indecifrável

 

READABILITY

S5 Traço Muito Forte
S4 Traço Forte
S3 Traço Moderado
S2 Traço Fraco
S1 Traço Imperceptível

 

QUALITY
Q9 Sinal Limpo – sem bandas laterais visíveis
Q7 Um par imperceptível de bandas laterais
Q5 Um Par Facilmente visível de bandas laterais
Q3 Múltiplos pares visíveis
Q1 Espalhamento em grande parte do espectro

 

Usando o RSQ durante um QSO


O RSQ pode substituir directamente o tradicional RST durante um QSO. Por exemplo:
"O seu RSQ é 579 579" Tc............ ou
"O seu RSQ é 475 475 .... o seu sinal apresenta bandas laterais indesejadas" (O comentário é opcional)............ ou
"O seu RSQ (Readability, Strength, Quality) é 577 577" etc.
Uma opção interessante é convidar o outro operador a visitar: http://www.rsq-info.net para esclarecimentos adicionais.

 

Recomendação da IARU Region 1

Uma proposta para o uso do relatório RSQ foi apresentada à IARU Region 1 na Conference de Davos, Suíça durante o mês de Setembro de 2005. Como resultado foi emitida a recomendação DV05_C4_Rec_28, que diz:
"Recomenda-se o uso do sistema RSQ para reporte de sinais em modos digitais."

 

Lista de verificações para minimizar distorção e excessiva largura de banda dos sinais PSK

1. Ajustar o equipamento para operação normal em CW
2. Mude para a Banda Lateral Única apropriada (o standard para PSK é USB - Upper Side Band)
3. Desactivar o processador de voz e mantê-lo assim
4. Controle o áudio do equipamento como normalmente para operação em SSB (Single Side Band)
5. Ponha o software de PSK em TX, mas SEM transmitir dados
6. Ajuste a saída de áudio da placa de som de modo a que a potência RF saída do equipamento não atinja mais do que 25% do que em CW (por ex. 25 watts para um equipamento de 100 watts). Isto fornecerá aproximadamente 50 W de média durante um QSO. Não deverá haver qualquer indicação de ALC com este nível de potência.

Embora se possa aumentar a potência no passo 6 sem indicação de ALC, este método assegura que um sinal limpo será transmitido.
Algumas palavras de precaução. Se usar a entrada de áudio do microfone do equipamento deverá colocar um atenuador entre a saída de áudio do computador e a entrada do equipamento. Poderá também ocorrer distorção com níveis muito baixos ou muito altos na placa de som. O atenuador assegura que o nível de saída da placa de som está no meio da sua gama dinâmica, passando assim um áudio mais limpo para o transceptor.

Clique aqui para mais informações acerca da modelação do sinal em PSK e que levou às recomendações acima.
 

 

Configuração do Receptor:

Assegure-se de que as configurações do receptor não estão a contribuir para que haja uma aparente distorção dos sinais recebidos. É possível saturar o front end do receptor com um sinal forte (será necessário reduzir o ganho de RF) ou a própria placa de som ser saturada pelo nível de áudio do receptor. Poderá ser necessário um outro atenuador entre a saída de áudio do receptor e a entrada da placa de som. Ajustar este atenuador para assegurar que o nível da entrada de áudio esteja no meio ou perto do meio da gama dinâmica da placa de som.
 

Descodificar sinais fracos:

Se ao tentar descodificar sinais fracos na presença de outros mais fortes, será melhor reduzir o ganho de RF do receptor ou até desligar o AGC. Sinais fracos podem assim ser copiados ainda que existam outros sinais com 20 db acima de 9. Além disto, a grande maioria dos modernos receptores possuem filtros DSP (Digital Signal Processor) que podem ajudar a isolar o sinal pretendido, noutros modelos onde o DSP não exista poder-se-á utilizar filtros do tipo “Notch” ou “IF Shift” para o mesmo fim.

 

Medir o IMD

O Inter-Modulation Distortion (IMD) é um relatório frequentemente dado durante um QSO em PSK e é uma figura de mérito relativamente ao sinal recebido. É largamente assumido que um bom relatório do IMD consiste num sinal não modulado (idle) de –30db, um valor médio estará em –20 db e um valor mau de -10 db.
O colega Howard (Skip) Teller KH6TY, que desenvolveu o primeiro transceptor PSK31 panorâmico e o software Digipan adverte que é necessária muita prudência quando se tenta medir o IMD. Este é o seu conselho:
"...IMD é a medição do primeiro par de faixas laterais indesejadas em relação às desejadas, e se a relação Sinal/Ruído (S/NR) não for à volta de 26 db, você irá medir o ruído em vez das faixas laterais indesejadas, que podem estar abaixo do nível de ruído. Além disso se houver alguma distorção no receptor, você irá estar a criar uma leitura errada. Sempre que eu quero medir o IMD de uma estação, primeiro verifico se a relação Sinal/Ruído é boa e então reduzo o ganho de RF até o IMD deixar de descer e começar a subir. Neste ponto, acredito que eliminei as causas de distorção provocadas pelo receptor e assim posso obter um valor mais fiável”.

Passos para medir o IMD do seu emissor:

1. Faça o download do Digipan (grátis) do site do Colega KH6TY em http://www.qsl.net/kh6ty e instale-o no seu PC.
2. Se faz a comutação TX/RX através do computador, então configure o Digipan para usar a porta COM adequada.
3. Conecte um cabo áudio entre a saída de áudio do receptor à entrada de áudio da placa de som e assegure-se que não está a sobrecarregar a placa de som. O uso de um atenuador é altamente recomendado.
4. Configure a entrada de áudio do computador (Microfone ou Entrada de Linha) e ajuste a entrada até cerca de metade da gama dinâmica.
5. Ligue uma carga fictícia ao transceptor.
6. No Digipan escolha "IMD Measurement" o que vai colocar a placa de som em full duplex.
7. Transmita um tom não modulado (idle) com a potência normal.
8. Ligue o receptor e veja o waterfall do Digipan.
9. Ajuste o ganho RF do receptor de modo a fornecer a leitura de 1 a 5 unidades no S meter (pode ser necessário um curto-circuito na entrada de antena do receptor de modo a atenuar adequadamente o sinal).
10. Faça um clique com o botão direito do rato no sinal recebido no waterfall.
11. Faça a leitura do IMD no Digipan

 

Em situação normal deverá esperar um número próximo de -30db ou melhor o que confirma que o emissor está a transmitir um sinal PSK limpo.
Nota: Alguns computadores e algumas placas de som e até a radiação próxima podem produzir sinais interferentes quando se tenta medir o IMD. Isto aparecerá como umas linhas paralelas no waterfall display. Sintonizando melhor o receptor, ou escolher uma frequência de teste diferente pode evitar este percalço.

 

A imagem seguinte mostra a leitura do IMD, de cerca de -30db num teste típico feito por W8NUE.
 


 

Esta página mostra alguns sinais retirados de um QSO nos 20m em Dezembro de 2002, conforme recebidos no Sul da Califórnia, USA, As imagens de captura de écran foram tiradas do Logger32 por Bob K4CY.
O valor de IMD mostrados nas imagens foi tirado directamente do valor calculado pelo Logger32. Foi tido em consideração a escolha de sinais fortes e escolhido o momento em que a estação transmitia um sinal não modulado (idle).
Enquanto este método não tem nada de cientifico, acredita-se que fornece uma referência útil.
 

Transmissão com Boa Qualidade

A imagem ao lado mostra alguns sinais, o escolhido está entre as duas barras vermelhas verticais à esquerda do texto "14071".
O display mostra que o perfil deste sinal é limpo, obtendo um IMD de -26dB.
Este traço teria um reporte de Q9 de acordo com as tabelas de referência.




 

 

 

 

 

 

 

Transmissão com Qualidade Típica

A imagem ao lado mostra alguns sinais, o escolhido está entre as duas barras vermelhas verticais à esquerda do texto "14071".
O display mostra que o sinal contém um par de faixas laterais indesejadas, obtendo um IMD de -20dB.
Este traço teria um reporte de Q7 de acordo com as tabelas de referência.














 

Transmissão de Péssima Qualidade

Esta imagem mostra um sinal muito mau, o que infelizmente é demasiado comum.
Este sinal gera múltiplas faixas laterais indesejadas, ocupando mais largura de banda que o necessário, e provavelmente causando interferências a outros Colegas Rádio Amadores.
O display claramente mostra as múltiplas faixas laterais que esta estação emite.
Este traço teria um reporte de Q1 de acordo com as tabelas de referência.







 

 

 

Sinais de Outro Mundo

Para ver alguns sinais de outro mundo, clique aqui.

Amostras de Som

Em baixo está um par de sons .WAV, ilustrando a diferença entre um bom e um mau sinal de PSK
Clique em cada um dos links para descarregar o ficheiro para o seu computador – Lembre-se de baixar o Volume antes de os pôr a tocar!
Gravando áudio em ficheiros e enviando para os operadores que os produzem pode ajudar a corrigir o problema. A experiência mostra-nos que este tipo de diálogo é produtivo.
 

Exemplo de áudio de um bom sinal psk (wav 275kb)

Exemplo de áudio de um péssimo sinal psk (wav 275kb)

 

História do Reporte PSB


O reporte PSB foi primeiramente introduzido em finais de 2002 e tornou-se no modelo de antevisão para o reporte RSQ. A descrição do PSB e tabela de reporte são apresentadas como histórico do projecto. Mais informação poderá ser encontrada aqui.

O report "PSB"
O relatório PSB (Print, Strength, Bandwidth) é proposto para as comunicações PSK de forma a assegurar um relatório com mais significado, daí que:

Print – é uma leitura estimativa do texto descodificado sem erros

Strength – é obtida comparando a amplitude do traço relativamente ao ruído (Relação Sinal/Ruído)

Bandwidth
– refere-se à largura visível do sinal no waterfall, com a presença de faixas laterais indicando uma excessiva largura de banda ocupada.
 

Tabela de relatório PSB (revista em 11/11/03)

 

PRINT

P5 95%+ Sem erros
P4 80% Sem erros
P3 40% Sem erros
P2 20% Sem erros
P1 0% Indecifrável

 

STRENGTH

S5 Traço Muito Forte
S4 Traço Forte
S3 Traço Moderado
S2 Traço Fraco
S1 Traço Imperceptível

 

QUALITY
B9 Sinal Limpo – sem bandas laterais visíveis
B7 Um par dificilmente visível
B5 Um par facilmente visível
B3 Múltiplos pares visíveis
B1 Espalhamento em grande parte do espectro

 

Comentário Final

Espero que este documento, consiga auxiliar os aficionados dos modos digitais, a obter os melhores resultados e que sirva como guia para a configuração óptima dos equipamentos tanto para recepção como para emissão.

Cumprimentos a todos e espero vê-los no meu waterfall em breve!
 


Salomão Fresco


CT2IRJ
 

 


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 Página "Sinais PSK" actualizada em: 01-04-2008
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